INCÊNDIO NO INSTITUTO BUTANTAN

15/05/2010
INCÊNDIO NO INSTITUTO BUTANTAN
Um incêndio destruiu o prédio das coleções do Instituto Butantan neste sábado (15). Lá dentro ficavam cobras, aranhas e escorpiões conservados para pesquisas. O acervo de 77 mil animais, o maior do país, foi perdido no meio das chamas.

A reação de quem chegava ao local do incêndio era a mesma. Tristeza por ver uma parte da história do Instituto Butantan virar cinza. "Houve uma perda total da coleção, a maior coleção de cobra do mundo e isso é uma perda para a humanidade", lamenta Francisco Franco, curador do museu.

Durante a semana, o Instituto Butantan vai preparar um projeto de recuperação do prédio, mas a perda científica ainda é algo impossível de imaginar. "Para a ciência é uma perda incalculável. Vários projetos de pesquisa desenvolvidos aí, o meu é um deles, não tem como resumir em palavras. Mesmo que a gente consiga construir com muito esforço outra coleção com 100 mil exemplares, o valor histórico foi embora hoje", lamentou uma das alunas do mestrado.

O fogo começou às sete e meia da manhã. No início da tarde ainda havia pequenos focos de incêndio dentro do laboratório.

"A temperatura interna do galpão ficou em torno de 1.200 graus, isso volatiliza muito os líquidos que já são um tanto quanto voláteis, produz muitos gases inflamáveis, então tinha os focos de incêndio espalhados por todos os lugares o tempo todo", diz o capitão Jonas, do Corpo de Bombeiros.

Por causa dos líquidos inflamáveis como álcool, éter e formol, o fogo se alastrou rapidamente. Chamas que em pouco mais de uma hora acabaram com um acervo reunido durante um século.

Uma coleção com mais de 77 mil cobras, aranhas e escorpiões, utilizados em pesquisas científicas, se perdeu no meio do fogo.

"Significa a perda da memória, onde foram identificadas essas serpentes, o estudo da evolução dessas serpentes, espécies que nós precisamos continuar estudando, se elas estão em extinção ou não. Enfim, é todo um trabalho que as coleções zoológicas permitem que o cientista estude", explica Otávio Mercadante, diretor do instituto.

No prédio ao lado, estudantes e funcionários retiraram os animais vivos com medo de mais perdas.

FONTE: g1.com.br

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